segunda-feira, 29 de outubro de 2012

LIVRE PRISIONEIRO


Os poemas de amor são óbvios, as rimas previsíveis, sempre clichês,.... mas necessários. Eles regam as relações, alimentam o coração, aliviam as durezas, nos livra das grades da solidão.



LIVRE PRISIONEIRO

Veio sem pretensão, sem intenção.
Nos olhares, nos perfumes, nos pulsares.
Veio no encontro de fim de tarde,
No banco de praça, no visgo do olhar.
Na mão dada ao se caminhar.
Na fala ingênua que tenta impressionar,
Na poesia de algum por de sol,
Ou no brilho prata da aliada lua.
Veio sem pretensão e me fisgou.
E quando vi já era amor.
Tão em mim que me fiz refém,
Tão em mim, que me fiz seu.
Tão forte que só me restou ir.
E fui embalado por alguma canção.
Feliz por não ter escolha,
Não ter a dúvida,
A cruel e traiçoeira dúvida.
E fui, acorrentado ao arrepio da paixão.
Livrei-me das escolhas e fui.
E no amor tornei-me feliz refém.
Tornei-me o mais livre dos prisioneiros.

Marcelo Faleiros

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