JOÃO
João, carteiro de minha rua
Passos largos, longo caminho andado
Bolsa ao lado, sol na pele crua
Levando, quem sabe, um sonho de namorado.
Quantos recados, mal endereçados
Cobranças de mal pagadores
Encomendas e presentes esperados
Belas cartas de grandes amores.
Contas de luz, água, telefone
Extratos, contas de banco
Envelopes que vieram sem nome
A carta que a bela Maria espera a um ano.
E João a caminhar, talvez a pensar
Na importância da carta registrada
Da pressa pro telegrama chegar
E na notícia ruim, também a ser dada.
E o sonho de João?
Será que se gasta com o atrito da estrada?
Será que sobrevive a tanto escorregão?
Será que não foge com o cão que ladra?
Será que não derrete e se vai pelo chão?
João não desiste
João só resiste
E como quem leva um empurrão
Lá vai João a olhar para o chão.
Marcelo Faleiros
Eu lembro da minha aula no 1o ano do colégio Poliedro, em 2008, você contando a história desse carteiro, e depois declamando esse poema. Me marcou muito. Acho que nunca vou esquecê-lo, de verdade.
ResponderExcluirMilena.
gosto de me lembrar das cartas perfumadas , admirar a arte do selo... O tempo voa e com ele avoamos (http://serva-da-gleba.blogspot.com.br/2014/01/o-tempo-voa-e-nele-avoamos.html)
ResponderExcluirsensacional esse poema sou carteiro a quinze anos é sofrido mas é satisfatorio e faço os rap das greves a qual fica rolando durante toda a assembléia de greve,,,,( de coração... parabens....)
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