As vezes fazemos o poema de amor simplesmente para dizermos o quanto amamos alguém. Não importa se o poema é "clichê", pois ser romântico é ser meio clichê mesmo.
RODANDO O MUNDO VI O AMOR
para Andréia
Já rodei o mundo, gastei tantas solas,
E pelas escolas que a vida dá, me rebelei.
Olhei para fora das grades, serrei cadeados,
Apedrejei os vidros com seus reflexos.
Vi, perplexo, perdido pelas tantas placas,
Pelas tantas setas, que o mundo me prende.
Rodando o mundo criei forças,
Pra voltar e dizer o que aprendi.
Foi do alto da mais bela montanha
Que vi a saudade que sinto de seu olhar.
Foi no mergulho gelado na límpida água
Que seu calor me trouxe à tona e respirei.
Foi no passo cansado pela estrada sem fim,
Que a fadiga pediu a presença de seu cheiro.
Foi no silencio das noites de insônia,
Que alguma estrela me lembrou sua face.
Foi perdido em alguma encruzilhada
Que achei sua foto mais linda ainda.
Foram nas tantas perguntas sem respostas
Que entendi como sua presença me acalma.
Foi no momento mais belo, no mar de fim de tarde,
Que percebi que preferia estar com você.
Foi olhando a multidão, no centro de alguma cidade,
Que vi que milhares de pessoas não substituem você.
Foi vendo meu sangue escorrer, tentado purificar,
Que soube que, de alguma forma, seu amor iria me salvar.
Foi morrendo aos poucos, olhando pra morte,
Que entendi que amar é mais, muito mais, que viver.
Marcelo Faleiros.
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